Le libraire aime les livres et veut les faire aimer.

A. CAMPO GRANDE (1) ABREU Paradela de (1) ADRIAN P. G. (1) Afrique (2) ALBA (1) ALCOFORADO Francisco (1) Alexandra VASILICHIAN (1) ALIGHIERI Dante (1) Allemagne (4) Allemand (7) ALMEIDA Filinto de (1) ALPHA (1) AMBROISE Georges (1) AMBROSE Kay (1) ANDERSEN (2) Anglais (18) Angleterre (6) Antonio Clavé (1) Antonio Quiros (1) Archeologia (1) Architecture (9) AREAN Carlos-Antonio (1) Argentine (3) ARINES José Castro (2) Art (53) Autographes Inscrits (10) Autriche (1) BAILLY Anatole (1) Ballet (1) BEIRÃO Mário (1) Belgique (7) BERTY M.me (1) BILLARD Eugéne (1) BONALD Caballero (1) Brancusi (1) BRANDÃO A. de Castro (1) Brasil (9) BRÉAL Michel (1) Bulgarie (1) BURLOUD Albert (1) C. FLORÈS (1) C. Martinez Novillo (1) Calligraphie (1) Canada (2) CARNEGIE Dale (1) CARNEIRO Augusto Pereira (1) Cartes (4) Cartes Postales (1) CASAÑ V. Suarez (1) CASTELO-BRANCO Camilo (4) CASTRO Eugénio de (1) Catalogues (24) Cesare BRANDI (1) CEZAR Oldemiro (1) CHARBONNEAUX J. (1) Charles WHELLER (1) Chine (1) Cinéma (1) CIRLOT Juan-Eduardo (1) CLARO Nunes (1) CLAUDEL Paul (1) COCTEAU Jean (1) Conde de Sabugosa (1) COPÉE François (1) COSTA Clara T.- (1) COULANGES Fustel de (1) Cuba (1) Cuisine (1) CURIOSITÉS (17) D. PARODI (1) D. TIAGO SINIBALDI (2) DACO Pierre (2) DANIS M. Robert (1) DAUMAL René (2) DE LA HARPE Jean (1) DÉAT Marcel (1) DESBORDES-VALMORE (1) DESCARTES René (2) DEVILLE Victor (1) Dictionnaires etc. (1) DOSTOYEVSKI (1) DUMAS FILS Alexandre (1) DUMESNIL René (1) Edmundo MUGE (1) Edouard DIRICQ (1) EMILIO MIRA Y LOPEZ (1) Espagne (27) Espagnol (33) ETCHART Salvat (1) Ethnographie (1) Ettore Massacesi (1) Eugenio Hermoso (1) F. J. Sánchez CANTÓN (1) FARALDO Ramon D. (1) FÉLICE Th. de (1) FERNANDES Barahona (1) Fernando LEMOS (1) FERRARI Enrique Lafuente (1) FERRATER Gabriel (1) FERREIRA Tito Lívio (1) FIGUEIREDO Manuel de (1) FILIPE Júlio (1) FOUILLÉE Alfred (1) FOULQUIÉ P. (1) FRAISSE Paul (1) Français (91) France (64) FRANCISCO FARRERAS (1) Francisco Mateos (1) FRICKER Jeanine (1) G. de OLÈRON (1) G. DURUP (1) GARRIDO Eduardo (1) Gauguin (1) Goya (2) Gréce (1) Grèce (1) Grecque (1) GUÉRARD M. (1) GUITARD E.-H. (1) HALÉVI Ludovic (1) Histoire et Humanités (3) Hongrie (1) HUYGHE René (1) Italie (12) Italien (8) JANET Pierre (1) JEAN-PAUL SARTRE (1) Jose Caballero (1) Joseph Hèmard (1) Juan MIRÓ (1) Juan Vilacasas (1) Juan-José Tharrats (1) JUNQUEIRO Guerra (1) La prière de carte (16) Latin (3) LAVISSE Ernest (1) LEAL M. da Silva (1) LEFÈVRE Lucien (1) LESSING Gotthold Ephraim (3) LEYMARIE Jean (1) LEYSSENNE P. -M (2) LINIÈRES Alice de (1) LORCA Federíco Garcia (1) LOUREIRO Urbano (1) Luce LAGARDE (1) LUÍS JARDIM (1) M. A. BLOCH (1) MACEDO JUNIOR Diogo de (1) Manuel Rivera (1) Mario Portalupi (1) MAROLD (1) MATOSO António Gonçalves (1) Max Braumann (1) Médecine (2) Méxique (2) MEYER Peter (1) Moçambique (1) Monarchie (1) Monographies (10) MORÇAY Raoul (1) MOUTINHO Julio (1) MUÑOZ - COBO Juan (1) Musique (1) Néerlandais (1) Norvege (1) Numismatique (1) NUÑO Juan Antonio Gaya (1) O´NEILL Alexandre (1) OBRÉ A. (1) OLIVEIRA Guilherme de (1) OLIVEIRA Mário de (4) ORTIGÃO Ramalho (1) P. Fréd. ROUVIER S. J. (1) P. Oguey (1) P.e BARTOLOMEU RIBEIRO O.F.M (1) PAÇO D'ARCOS Joaquim (1) PANERO Leopoldo (1) Pays-Bas (2) Peru (1) Philatélie (1) Philip TROUTMAN (1) Philosophie (6) Photographie (4) Picasso (1) PIERRE Jose (1) PILLET J. (1) PIRES DE LIMA Fernando Castro (1) Poésie (21) PONTI Gío (1) Portugal (67) Português (77) PRADINES Maurice (1) PROENÇA Raul (1) Psychologie (11) R. MANTION (1) R. P. MATÉO GRAWLEY-BOEVEY (1) RABELAIS François (1) RAMOS J. M. Rodrigues (1) REIS Castro (1) Religieuse (22) RENARD Emile (1) RICHARDS J. M. (1) Roberto NEWMAN (1) ROBLES Luis González (1) ROCHA Sousa (1) RODRIGUES Antonio Gonçalves (1) ROY Claude (1) RUYER Raymond (1) SALAZAR António Oliveira de (1) SAMPAIO Albino Forjaz de (1) SILVA J. Dias da (1) Sociologie (1) Sophia de Mello Breyner ANDRESEN (1) STERNINI E. (1) Suisse (15) Théâtre (4) TODÓ (1) TOLSTOI (1) TORMO Francisco (1) U.S.A. (1) VASCONCELOS Elísio de (1) Vieux Journaux (1) VILLARTA Angeles (1) Viticulture (1) VRIEND J. J. (1) WOOD Roger (1) XIX Siécle (15) ZANON DAL BO Agostino (1) ZOBEL Fernando (1)

sexta-feira, abril 27, 2012

CASTELO-BRANCO Camilo

SÍNTESE BIOGRÁFICA
Camilo Castelo Branco (1825-1890)
Escritor português (Lisboa, 16.3.1825 - São Miguel de Ceide, 1.6.1890).
Filho natural de Manuel Joaquim Botelho Castelo Branco, oriundo de uma farmília da pequena e recente burguesia trasmontana, perde a mãe aos dois anos e o pai aos dez. Por decisão do conselho de família, vai, com a irmã Carolina, viver para Vila Real, a cargo de uma tia paterna, Rita Emília, que não se desvelará muito em carinho pelos dois órfãos. Quando, em 1839, a irmã casa com o futuro médico Francisco José de Azevedo, vai viver com eles para Vilarinho da Samardã e aí, por entre os acasos de uma adolescência nem sempre fácil, recebe a sua primeira formação cultural com as lições do P.e António de Azevedo, irmão do cunhado, que lhe ensina doutrina cristã, latim, francês e língua portuguesa. Aos 16 anos (em 18.8.1841), casa com Joaquina Pereira da França, camponesa do lugar de Friúme, concelho de Ribeira de Pena, onde temporariamente exercia as funções de amanuense; depressa, porém, a abandonaria. A adolescente, que lhe dera uma filha, nascida a 25.10.1841, morreria em 25.11.1847, poucos meses antes dessa filha, falecida a 10.3.1848. A sua volubilidade não tardaria em substituí-la, numa longa cadeia de amores que o levará sucessivamente aos braços de Patrícia Emília, que dele teve também uma filha, Bernardina Amélia, nascida a 25.6.1848; de Isabel Cândida Mourão, religiosa do Convento da Avé Maria; e, por fim, aos de Ana Plácido, a mulher fatal da sua vida.
Estimulado a príncipio pelo sogro, pensa formar-se em Medicina e matricula-se, na Escola Médico-Cirúrgica do Porto, que frequenta de 1842 a 1845. Em 1846, porém, já está em Coimbra, provavelmente para estudar Direito, curso que nem sequer iniciou. Volta a Vila Real, mas, a partir de 1848, fixa-se no Porto, decidido a ganhar a vida como jornalista. Num momento de fugaz exaltação religiosa, matricula-se no Seminário daquela diocese, com a intenção de se ordenar (1850), mas a pretensa vocação apagava-se escassos meses depois. Logo retoma a vida aventurosa de estroina «leão» romântico, dividida entre os cafés, os teatros, os salões da burguesia portuense de fresca data e as redacções dos jornais. É neste período que conhece Ana Augusta Plácido, casada com o comerciante regressado do Brasil, Manuel Pinheiro Alves, fazendo dela o objecto de uma desordenada paixão romântica. Seduzida e igualmente apaixonada, Ana abandona o marido e foge com Camilo para Lisboa.
Conhecido o escândalo, a esposa adúltera é posta em reclusão no Convento da Conceição de Braga (Julho de 1859), mas ao fim de pouco mais de um mês foge, retomando a convivência com C. Instaurado o processo por adultério, é presa na Cadeia da Relação do Porto e C., depois de vaguear pelo Minho e Trás-os-Montes, ali se entrega também a 1.10.1859. Absolvidos, vão viver para Lisboa, onde lhes nasceria o filho Jorge (28.6.1863), até que, em 1864, falecido Pinheiro Alves (15.7.1863), se instalam em São Miguel de Ceide, na casa que lhe pertencera e passara por herança a Manuel Plácido, seu pretenso filho, mas, ao,que tudo leva a crer, filho de C. Com uma família a sustentar (o filho Nuno nascera nesse mesmo ano de 1864) e sem outros recursos além dos do seu trabalho, C. faz da pena o ganha-pão único numa ansiosa e febril necessidade de escrever para viver. Assim lhe vão decorrer os últimos 25 anos de vida, numa casa triste, cercada de paisagem triste. O destino dos filhos adensa-lhe sobre a alma nuvens negras de funestos presságios: Manuel, após uma falhada aventura comercial em Angola, entrega-se aos excessos de uma vida de boémia e morre prematuramente a 17.9.1877; Nuno segue-Ihe o exemplo, numa sucessão ininterrupta de aventuras, jogo e degradação a que nem um casamento de escândalo, patrocinado pelo pai, consegue pôr termo; Jorge, que começara desde cedo a dar inequívocos sinais de perturbação mental, mergulhava pouco a pouco num estado de demência irrecuperável. Em 1858, por proposta de Alexandre Herculano, é eleito para a Academia das Ciências e em 18.6.1885 é agraciado por D. Luís com o título de visconde de Correia Botelho. As honrarias, porém, longe de lhe afagarem a vaidade, apenas podiam dar-lhe a vaga esperança de acautelar para a família um futuro menos ameaçado de indigência. E é talvez por isso que concorda em regularizar a sua situação conjugal com Ana Plácido. A 9.3.1888, quando há muito se apagara o encanto e o fogo romântico daquela ligação amorosa nos atritos mesquinhos de um quotidiano onde a poesia dera progressivo lugar à tragédia, celebra-se finalmente o casamento.
Atormentado pela doença, mergulhado em insanável tristeza, contra a qual apenas reage com a lâmina fina da ironia ou o látego terrível do sarcasmo, joguete permanente da sua alucinante instabilidade psíquica, ameaçado pela cegueira, julgando caminhar para a loucura que a tradição da família dava como estigma fatal de muitos dos seus, C. afunda-se no pessimismo e arrasta penosamente a cruz da sua expiação até que, vencido, se suicida.
Estas circunstâncias biográficas, onde o trágico se mistura com o romanesco, o sério com o burlesco, a honradez com a ligeireza moral e o sentido do religioso se vê permanentemente em conflito com a descrença e até com a blasfémia, uma capacidade de observação em permanente e atento exercício sobre o seu próprio mundo e o mundo que o rodeia, uma imaginação que não conhece limites nem restrições, uma irrequieta instabilidade psicólogica, a volubilidade sentimental filha do seu temperamento romântico e a sua constante rebeldia de carácter, definem a perspectiva através da qual criou o mundo ficcional de toda a sua obra, enquadrado pela paisagem das províncias nortenhas do Minho e de Trás-os-Montes, com os seus ambientes rurais ou provincianos, tendo por centro o meio mais desenvolvido do Porto, onde se agita toda uma sociedade em constante e profundo conflito travado, bem à maneira romântica, entre os interesses materiais da realidade e as exigências da sensibilidade e do ideal.


contactos

CAMILO CASTELO BRANCO
CASA DE CAMILO - MUSEU.CENTRO DE ESTUDOS

Morada

Avenida de S. Miguel, 758
4770-631 S. Miguel de Seide

Telefone
252 309 750 (Centro de Estudos)
252 327 186 (Museu)

Fax
252 309 759

E-mailgeral@camilocastelobranco.org

topo

Sem comentários:

Enviar um comentário